domingo, 10 de julho de 2022

A Polêmica do Axé no Rock in Rio

Todo ano de Rock in Rio é sempre a mesma coisa, tem rockista dizendo que o Rock in Rio só devia tocar rock por causa do nome. Esse argumento já foi derrubado faz tempo, mas tem gente que ainda insiste que o evento é só pra rockeiros. Se é por causa do nome, por que não exigem que o Burger King pare de vender sorvetes, batatas e refrigerantes pra vender só hambúrgueres? Já que o "burger" dele significa hambúrguer...

Por isso vou rebater os principais argumentos dos rockeiros retrógrados mais uma vez.

Rock in Rio nunca foi exclusivo do Rock

Ah, os rockeiros enchem a boca pra dizer que o Rock in Rio de 1985 só tinha bandas de rock. Não nego que existiu o Dia do Metal, com bandas como AC/DC, Queen, Iron Maiden e outras. Mas se esquecem que na primeira edição teve artistas do pop e da MPB também. Claro que o axé era novidade na época e não tinha no Rock in Rio, mas já tínhamos músicas carnavalescas trazidas por Elba Ramalho e Moraes Moreira, que tocavam frevo.

Moraes Moreira - Festa no Interior (Rock in Rio 1985)

O Caso Carlinhos Brown

Claro que na hora, um vem e falar sobre o caso do Carlinhos Brown no Rock in Rio 2001, que levou garrafadas do público rockeiro, o que mostra o quão intolerantes musicalmente o povo é. Brown hoje até lida bem com esse caso e fala numa boa em entrevistas, mas fala a verdade, havia necessidade de expulsar o cara do palco? O mais irônico é que a edição de 2001 foi uma das mais ecléticas do Rock in Rio, onde tocou até Sandy & Júnior, mas como sempre, o problema é só o axé. Até mesmo o Whiplash, um site sobre rock e metal, já falou da tamanha bobagem dos rockeiros que atiraram garrafas contra o Brown, e que isso apenas reforçaria o estereótipo de que rockeiros são agressivos. Se quiser conferir tá aqui o link: https://whiplash.net/materias/opinioes/309949-rockinrio.html

Não vou postar o vídeo do caso onde ele levou as garrafadas porque o que mais rola lá é comentário de rockistas falando mal do cara e insistindo justamente na picuinha de que "Rock in Rio deve ter só rock por causa do nome", pauta dessa matéria.

Mas digo mais: O Carlinhos Brown é um grande compositor da música brasileira, então não adianta falar mal do cara e ouvir músicas dele cantadas por Marisa Monte, Cássia Eller, Paralamas e até mesmo Sepultura. Inclusive Brown trouxe em 2016 Sepultura e Angra pro Carnaval baiano.

Carlinhos Brown, Angra e Sepultura no Carnaval de Salvador 2016

Sepultura e Carlinhos Brown - Ratamahatta

Além disso, vamos considerar que era bem melhor Carlinhos Brown do que hoje em dia, que tem até Pabllo Vittar, Anitta e outros funkeiros, né?

Mais Axé no Rock in Rio

Na edição de 2001 tocou também Daniela Mercury, e quando o Rock in Rio voltou pro Brasil em 2011, tivemos Ivete Sangalo, que marcou presença em praticamente todas as edições do evento do Rio e de Lisboa (o que prova que é só um Marca, Rock in Rio em Lisboa), e em 2011 tivemos também Claudia Leitte, que foi vaiada no show, e Claudinha falou várias verdades sobre os rockeiros no Rock in Rio, como podem ver:

Claro, os rockeiros (que odeiam ser criticados) se revoltaram e xingaram ainda mais a Claudinha nas redes sociais, mas eu concordo com tudo que ela disse, rockeiros geralmente são preconceituosos sim com outros estilos e se acham superiores por gostarem de rock, ou vão negar isso?

Com Ivete não tivemos grandes problemas no evento em si, mas sempre que chega o dia no Rock in Rio tem gente falando que "Ivete Sangalo não tem nada a ver com rock pra tocar no Rock in Rio" nas redes sociais. Chega, essa conversa já deu! Ivete é a Rainha do Rock in Rio sim mesmo tocando axé, aceitem! O rock nacional não teve tanta força depois dos anos 2000, já que muitos cantores morreram e bandas acabaram.

Além disso, o Rock in Rio desde 2011, divide em Palco Mundo (onde tocam as atrações principais), e Palco Sunset (mais voltado pra música brasileira e alternativa). Ivete toca no Palco Mundo, mas ela sempre tocou no dia Pop ou Latino, os rockeiros tem o Dia do Metal pra curtir suas bandas, justamente pra evitar problemas como o citado acima com Brown.

E digo mais, eventos como o Festival de Verão de Salvador e até mesmo micaretas e o Carnaval de Salvador, na teoria seriam do axé, mas se toca vários estilos, desde pagode, arrocha até mesmo rock e eletrônica, tudo em cima dos trios (só olhar ali em cima Angra e Sepultura junto com Brown no Carnaval). Mas nunca vi ninguém jogando garrafas no trio do Jorge & Mateus ou vaiando Dj Alok quando entrou no trio, o que prova que o povo do axé e do Carnaval é mais civilizado e respeitoso com as diferenças do que muitos rockeiros. Ah, nem mesmo o antigo Axé Brasil não era 100% axé, já que tinha sempre uma ou outra banda de pagodão no meio.

E se o problema é o nome, lembre-se do Montreux Jazz Festival, que já tocou de tudo, inclusive música brasileira e o próprio axé. Nunca vi um jazzista de mimimi com isso.

A Guitarra no Logo do Rock in Rio

O argumento mais pífio, no entanto, é dizer que Rock in Rio é só do rock por ter uma guitarra no logo, sério, eu rio com isso. Guitarra não é usada só no rock, aliás, as primeiras guitarras elétricas surgiram com músicos de blues e jazz. E axé também tem guitarra, é só lembrar de Bell Marques, Durval Lelys, Luiz Caldas, Tuca Fernandes e vários outros cantores de axé que tocam guitarra, além do próprio Carlinhos Brown. Pode até ser influência, mas o instrumento nunca foi exclusivo do rock (afinal, até forró e sertanejo usam guitarra hoje em dia).

Já que o argumentos deles é uma guitarra...

Quem Quer Rock Que Procure Outros Eventos

Afinal, se os rockeiros são mais inteligentes (como eles mesmos dizem), deveriam esquecer dessa picuinha de outros estilos no Rock in Rio e procurar outros eventos que são realmentes do rock, como por exemplo, o Monsters of Rock.

E parem com esse preconceito contra axé e outros estilos que não são rock. Se não gosta não precisa ouvir.

Só pra complementar, alguns memes sobre o assunto:








ATENÇÃO! Colocaram até sertanejo no Rock in Rio, e vocês Reclamavam do Axé

Ah, atualizando agora em 2024, colocaram até sertanejo no Rock in Rio, além de um monte de MCs de funk. Muito rockeiro deve estar espumando de raiva. Vocês reclamavam do axé, mas se for parar pra pensar, era bem melhor que o funk ou o sertanejo universitário.

No mesmo dia dedicado ao sertanejo, vai ter um show de MPB e alguns cantores do axé, como Daniela Mercury, a nossa ministra Margareth Menezes e o próprio Carlinhos Brown, que espero que seja melhor recebido dessa vez (agora vocês veem que ele era bem melhor que os sertanejos modinhas e MCs escrotos que colocaram lá).

E claro, fiz mais dois memes sobre isso, confiram abaixo:


O Preconceito e Ódio Contra o Carnaval

Vejo que, de uns anos pra cá, aumentou o ódio e o preconceito sobre o Carnaval, então vou rebater as principais críticas e ataques contra essa festa. Por isso resolvi rebater os argumentos vindos de quem odeia a festa.

Como diriam Daniela e Caetano, está proibido o Carnaval nesse país tropical.

Daniela Mercury e Caetano Veloso - Proibido o Carnaval

1 - Carnaval é perda de tempo porque o país fica parado por dias

Acho que todo trabalhador tem direito a um período de folga, ou será que os anti-Carnaval acha que todo mundo tem que trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana? O Brasil tem muito feriado, mas só do Carnaval falam mal.

Além disso, o Carnaval também gera empregos, tem gente que vive disso, principalmente nas cidades que vivem da festa. Por que ninguém reclama dos feriados natalinos, onde o serviço público fica parado quase um mês, por exemplo? Simples, porque ninguém hateriza tanto o Natal quanto fazem com o Carnaval.

2 - Carnaval é putaria, só rola sexo e drogas

Tudo bem, até concordo que existe isso no meio do Carnaval sim, mas e nas festas raves? Eventos de rock e metal? Pior ainda, os bailes funk? Também tem isso, e tirando o baile funk que extrapola os limites de tudo, ninguém hateriza os eventos de rock, festas raves, baladas eletrônicas e coisas do tipo, que inclusive, podem acontecer em qualquer época do ano. O Carnaval já foi mais saudável e mais família, mas nem isso os anti-Carnaval admitem e já vão taxando de lixo, porcaria e etc.

Além disso, pra quem usa drogas ou quer fazer sexo, não existe data nem local pra isso, estes nem são foliões de verdade e só usam o Carnaval como desculpa pra aquilo que eles sempre fizeram o ano todo.

3 - Carnaval é desperdício de dinheiro público

O principal argumento dos anti-Carnaval é o gasto do dinheiro público na festa, mas o dinheiro investido no Carnaval, volta devido ao turismo e produtos vendidos nessa época.

Agora ninguém reclama quando um prefeito usa dinheiro público para financiar eventos religiosos, ou quando um político desvia dinheiro público para beneficiar parentes e amigos. Na minha opinião, desperdício de dinheiro público é esse monte de político cheio de benefícios e ainda metendo a mão em dinheiro desviado, muitas vezes em projetos tidos como necessários pra população.

4 - O povo devia protestar contra o governo ao invés de pular Carnaval

Tudo bem, eu concordo que o país tá uma zona e devíamos protestar sim, eu mesmo coloquei no argumento anterior o problema dos políticos, mas o que tem de errado curtir uns dias pra relaxar? Assim como ninguém trabalha 24 horas por dia 7 dias por semana, ninguém precisa dedicar todo esse tempo pra protestar também.

Além disso o verdadeiro protesto deveria acontecer nas urnas, que o povo sempre elege as mesmas figuras na política. E nada impede do Carnaval ser usado pra protestar, pois várias músicas de Carnaval podem satirizar e protestar contra a política, assim como as fantasias.

Pra completar, alguns memes sobre isso:



Nem Tudo na Bahia é Axé

Há quem ache que tudo que vem da Bahia é axé, mas não é bem assim que a coisa funciona.

Você acha que axé é representado por uma mulher de roupas curtas ralando a bunda numa garrafa, ou que é feito de coreografias que viram moda passageira tipo "Rebolation" e "Lepo Lepo"? Sinto muito, isso pode ser qualquer coisa, menos axé. Isso na verdade se chama pagode baiano ou swingueira.

Podemos até comparar a Wikipédia sobre axé e a sobre pagode baiano:

Pra entendermos direito, não vamos confundir com o pagode do sudeste, pois este seguiu a linha mais romântica (como por exemplo, Raça Negra, Katinguelê, Karametade, etc.), mas mesmo no sudeste tinhamos grupos que faziam músicas de duplo-sentido (por exemplo, Molejo e Art Popular), se analisarmos bem a melodia e as letras de músicas de grupos estilo Companhia do Pagode e É o Tchan, eles estão mais próximos do som do Molejão mesmo (inclusive, recentemente, os dois grupos até se juntaram numa turnê).

É o Tchan - Pau que Nasce Torto/Melô do Tchan

Companhia do Pagode - Na Boquinha da Garrafa

Só entendam de uma vez, axé e pagode baiano NÃO são a mesma coisa. Vejam algumas diferenças:

Axé Music Pagode Baiano (Swingueira)
Instrumentos Guitarra, baixo, bateria, percussão, teclados, sopros. Cavaquinho, baixo, alguns instrumentos básicos como congas, bacurinha, teclado.
Coreografias Majoritamente são feitas com as mãos e pulos. Basicamente são à base de sambada, rebolado e requebrado.
Letras Podem varias, desde as românticas até as de protesto e de história. A grande maioria possuem letras que falam de dancinhas e/ou duplo-sentido.
Exemplos de Intérpretes Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Jammil e Uma Noites, Asa de Águia, Carlinhos Brown, Netinho, Chiclete com Banana, Saulo Fernandes, Ara Ketu, Margareth Menezes, Luiz Caldas, Bamdamel, Cheiro de Amor. É o Tchan, Harmonia do Samba, Léo Santana, Psirico, Tchakabum, Axé Blond (que na verdade é pagode), Companhia do Pagode, Parangolé, Gang do Samba.

PS: Isso é de uma forma semi-generalizada, considerando que alguns deles já gravaram uma música ou outra do outro gênero, e tem as bandas híbridas, que tocavam tanto o axé de verdade quanto o pagodão (por exemplo, As Meninas, Bragaboys e Terra Samba). Ivete de uns anos pra cá decidiu investir no pagodão, como as músicas Tá Solteira Mas Não Tá Sozinha, Cria da Ivete e Macetando, que NÃO são axé e sim pagodão.

Dessa forma, vemos que muitos dos preconceitos que existem em torno do "axé", na verdade são culpa do pagode baiano, como dizer que quem dança isso é gay por rebolar, ou dizer que as músicas do gênero só tem sacanagem e musicalidade pobre. Os grupos de dança de lambaeróbica foram uma febre no começo dos anos 2000, eles diziam que dançavam "axé" mas na verdade a grande prioridade sempre foi o pagodão, o que fortaleceu ainda mais essa confusão que existe entre os estilos baianos.

Mas o começo da confusão foi ainda em meados dos anos 90, quando surgiu dois grupos de pagode baiano que estouraram no Brasil, o Gera Samba (que depois virariam É o Tchan) e a Companhia do Pagode (que foi a primeira a gravar "Na Boquinha da Garrafa"). Na época a mídia e o povo, achava que tudo que tava surgindo da Bahia era axé, e como viraram febre rapidamente, acabaram virando o principal símbolo da música da Bahia (mesmo não sendo dignos disso). Depois disso, qualquer coisa que surgisse na Bahia era rotulada como axé mesmo não sendo (alguns grupos de pagodão da época que também receberam esse rótulo foram Raça Pura, Bom Balanço e Gang do Samba).

Pra piorar ainda mais a confusão, depois de um tempo surgiu o grupo Axé Blond, que apesar do nome, nunca tocou axé de verdade, pois nitidamente as letras são do mesmo estilo do Tchan e os instrumentos do pagode (acho que nem as integrantes do grupo deviam saber que não estavam tocando axé e sim pagodão), e nos anos 2000 surgiram também alguns funkeiros que tocavam no Axé Moi também acabaram recebendo esse rótulo (como o MC Pelé e a Sharon Acioly, da "Dança do Quadrado"), e também mais recentemente com grupos de arrocha (como a Vingadora e o Neto LX), além dos grupos de pagodão que ganharam destaque mais recentemente, como o Psirico e o Parangolé. Nenhum desses citados tocam axé, nunca tocaram.

Axé(Pagode) Blond - Pancadão

Psirico - Toda Boa

Hoje, até existe mais informação, como a internet, e temos como saber que nem tudo é axé, mas como brasileiro é ignorante sobre sua própria cultura e não pesquisa algo só por "não gostar", acabam criando confusão, isso é claro em vários estilos, no sertanejo é comum generalizarem sendo que é muito diferente um Lucas Lucco de um Tião Carreiro, por exemplo.

No caso do axé se torna complicado, sempre que existe algum programa de TV sobre o axé, insistem em colocar algum grupo de pagodão no meio, o que acaba descaracterizando o especial, as únicas exceções dignas que não misturaram os estilos dá pra contar no dedo.

Se você quiser conhecer o verdadeiro axé, deem uma olhada nessa matéria que fizemos aqui.

E para terminar, vou deixar um meme sobre a Ivete Raiz e a Ivete Nutella, que deixou nosso axé de lado pra gravar pagodão vulgar no Carnaval (sei que Raiz vs Nutella está fora de moda, mas quis fazer esse meme mesmo assim):

A Origem do Axé Music

O axé nasceu na década de 80 durante os carnavais em Salvador. As festas de Carnaval e os trios elétricos já existiam na época e o povo costumava curtir a folia ouvindo e dançando ritmos como forró, reggae, maracatu e frevo pernambucano. Vários cantores baianos tocavam variados estilos, desde o samba até o rock'n'roll. Músicas com essas misturas de sons começaram a surgir e com elas veio o axé.

A música Fricote, interpretada por Luiz Caldas, é considerada a primeira música do axé, marcando definitivamente o inicio desse gênero musical em 1985. Logo após, o jornalista Hagamenon Brito definiu todas as músicas desse ritmo tocadas em cima de trios elétricos como "axé music". A partir disso o axé se popularizou rapidamente, conquistando não somente os baianos, mas todas as outras regiões do país também.

Para entendermos a mistura, muitos cantores e bandas de axé surgiram em outros estilos, o Chiclete com Banana começou como um cover da banda de rock Scorpions, Asa de Águia também começou como uma banda de rock, e o próprio Luiz Caldas sempre varios os estilos e até hoje, dedica-se a gravar álbuns de diferentes estilos, desde música tupi até o metal e, é claro, o axé music.

Luiz Caldas - Fricote

Asa de Águia - Gabriela

No entanto, apesar de Luiz Caldas ser considerado o criador do axé, muitos consideram que a base dele foi o samba-reggae, criado por Neguinho do Samba, um dos fundadores do grupo Olodum, desse ritmo, o axé music ganhou sua principal característica: O uso da percussão. O próprio Luiz Caldas usou isso nas suas músicas, assim como outros artistas do axé raiz, como a Bamdamel, Margareth Menezes, Banda Reflexu's, Cheiro de Amor, Banda Beijo (na época com Netinho), o próprio Chiclete e posteriormente, Daniela Mercury, Banda Eva, entre outros.

Bamdamel - Protesto do Olodum (E Lá vou Eu)

Daniela Mercury - Swing da Cor

Nos anos 90, o axé se solidificou e ganhou o país, com intérpretes como Ara Ketu, Carlinhos Brown, Pimenta N'Ativa, Ricardo Chaves, Asa de Águia, Timbalada, Banda Beijo (que dessa vez tinha Gilmelândia como vocalista), além dos já citados Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Banda Eva (na época com Ivete), Cheiro de Amor e Netinho. Muitas dessas músicas são lembradas até hoje.

Chiclete com Banana - Savassi

Netinho - Milla

PS: Lembrando que grupos como É o Tchan, Harmonia do Samba, Psirico e Parangolé não são considerados bandas de axé, pois estes na verdade tocam pagode baiano. Para entenderem, acesse essa matéria do site.

Nos anos 2000, o axé ganhou uma característica mais pop, com influências de outros estilos, como aconteceu com Ivete Sangalo, Babado Novo (na época com Cláudia Leitte), Jammil e Uma Noites (na época com Tuca, Manno e Beto), Tomate (que começou no Rapazolla), Saulo Fernandes (que foi o vocalista da Banda Eva após a saída de Emanuélle Araújo, que por sua vez substituiu a Ivete). Claro que o sucesso não era mais o mesmo dos anos 90 por estarem em alta outros estilos, mas mesmo assim, o axé sempre emplacava músicas todo ano e de vez em quando surgia alguma novidade, mas aos poucos ele perdeu espaço fora da Bahia.

Babado Novo - Cai Fora

Jammil e Uma Noites - De Bandeja

Já os Anos 2010 foram os piores para axé music, pois, talvez devido ao preconceito que existe com o estilo, o axé já não era mais o estilo mais ouvido, mesmo dentro da Bahia, já que outros estilos estavam em alta por lá, como o arrocha e o pagodão. Isso levou a muitas saídas de vocalistas das bandas e fim de algumas delas, algumas que pareciam até improváveis, como a saída do Bell do Chiclete, e o fim do Asa de Águia.

Saulo Fernandes - Raiz de Todo Bem

Ivete Sangalo - Teleguiado

Hoje em dia, final da década de 2010, o axé é tido como um estilo que praticamente acabou, pois vemos que até mesmo intérpretes que ficaram famosos no gênero estão tocando outros estilos, como acontece com Cláudia Leitte, por exemplo. Cantores como Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Carlinhos Brown ainda lançam músicas do gênero, mas não tem mais a notoriedade de antes, já que ritmos como funk melody e sertanejo "sofrência" praticamente monopolizaram as rádios e TV no Brasil, e dificilmente toca algo diferente disso.

Agora, será que nos anos 2020 o axé music poderá se recuperar e lançar novos artistas e músicas? Ou podemos considerar que o tempo bom do estilo se acabou nos anos 2000?